Mato Grosso é o estado que mais teve pessoas empregadas na pandemia

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A média nacional aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado. (Imagem: Freepik)

Enquanto 20 estados registraram a taxa recorde de desemprego, Mato Grosso foi o estado com maior nível de ocupação (58,7%) durante a pandemia. A média nacional aumentou de 11,9% em 2019 para 13,5% no ano passado, a maior da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciada em 2012.

Segundo a PNAD Contínua, o número de ocupados em Mato Grosso subiu de 1.602 mil, do terceiro trimestre de 2020, para 1.660 mil, no quarto trimestre do mesmo ano. Houve, portanto, uma alta de 3,6% no número de ocupados. O número de desocupados ficou estável, passando de 176 mil para 190 mil na mesma comparação. Em relação ao quarto trimestre de 2019, quando havia no estado 1.693 mil ocupados e 116 mil desocupados, houve um acréscimo de 64,9% no total de desocupados em um ano.

Mato Grosso tinha ainda 983 mil pessoas fora da força de trabalho no quarto trimestre de 2020, contra 1.019 mil no trimestre anterior e 906 mil no quarto trimestre de 2019. O número de empregados do setor privado (exclusive trabalhador doméstico) sem carteira aumentou 19,7% de outubro a dezembro de 2020 (178 mil) na comparação com o período de julho a setembro de 2020 (149 mil).

O estudo aponta ainda que o número de trabalhador doméstico teve queda de 18,9% na comparação do quarto trimestre do ano passado, quando era de 94 mil, para o mesmo trimestre de 2019, quando era de 116 mil. A maior perda foi entre os trabalhadores domésticos com carteira, de 26,4% na comparação.

Por outro lado, os trabalhadores do setor público tiveram alta de 17,8% do quarto trimestre de 2019 para o de 2020, passando de 195 mil para 230 mil. A maior alta, de 35,3%, foi entre os militares e funcionários públicos estatutários, que aumentaram de 124 mil para 168 mil no mesmo período.

Em relação aos grupamentos de atividade do trabalho principal, todos os setores tiveram estabilidade entre o terceiro e o quarto trimestre de 2020. Na comparação de outubro a dezembro de 2019 para 2020, o setor de alojamento e alimentação (queda de 24,7%) e indústria geral (queda de 22,5%) tiveram as maiores perdas, seguida por serviços domésticos (queda de 16,2%).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho das pessoas de 14 anos ou mais (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) foi de 17,5% em Mato Grosso no quarto trimestre de 2020. No trimestre anterior, era de 18,7% e, no quarto trimestre de 2019, de 12,9%.

O total de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas foi de 70 mil no quarto trimestre de 2020, contra 67 mil no terceiro trimestre e 54 mil no quarto trimestre de 2019. São as pessoas com jornada de trabalho inferior a 40 horas semanais, mas que gostariam de trabalhar mais horas e estão disponíveis.

De acordo com o estudo, o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas ficou estável nas comparações: passou de R$ 2.407, no quarto trimestre de 2019, para R$ 2.551, no terceiro trimestre de 2020, e para R$ 2.505, no quarto trimestre de 2020.

O total de desalentados –as pessoas que desistiram de procurar trabalho no período pesquisado, por acharem que não encontrariam– caiu 25,9% em Mato Grosso na comparação do quarto trimestre para o terceiro: foi de 36 mil para 27 mil. Em relação ao quarto trimestre de 2019, quando era de 34 mil, houve estabilidade.

Na retrospectiva entre 2012 e 2020, a taxa de desocupação do estado passou de 5,5% para 9,7%, uma alta de 76,8%. A população desocupada foi de 87 mil para 176 mil, um aumento de 103,2%. O total de trabalhador doméstico foi de 99 mil para 104 mil, uma variação de 4,8%.

Já o número de empregado no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) passou de 190 mil para 217 mil. Os empregados por conta própria passaram de 334 mil para 449 mil na comparação, um acréscimo de 34,4%.

O setor com o maior crescimento de empregos foi o de Transporte, armazenagem e correio (de 66 mil para 79 mil), com 2,5%, seguido por Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 298 mil para 341 mil), com 14,2%. A Indústria caiu 13,6 no período (de 165 mil para 143 mil).

“A queda da informalidade não está relacionada a mais trabalhadores formais no mercado. Está relacionada ao fato de trabalhadores informais terem perdido sua ocupação ao longo do ano. Com menos trabalhadores informais na composição de ocupados, a taxa de informalidade diminui”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, lembrando que informais foram os primeiros atingidos pelos efeitos da pandemia.

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