Mato Grosso é o quinto maior produtor de peixes do Brasil, com uma produção de 34 mil toneladas em 2019, o que representa 5,6% do total de pescado no País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor da produção em 2019 chegou a R$ 242 milhões.
O Estado tem um papel de destaque por sua disponibilidade hídrica, clima favorável, ocorrência natural de espécies aquáticas que compatibilizam interesse zootécnico e mercadológico, boa disponibilidade de áreas, grandes safras de grãos que geram matéria prima para raça animal, com destaque para o DDG do milho, um concentrado proteico que é uma alternativa economicamente viável para a alimentação animal.
Com três bacias hidrográficas – Amazônica, Paraguai e Tocantins-Araguaia, além de grandes reservatórios de usinas hidrelétricas, possui potencial hídrico favorável ao incremento da piscicultura. Outro ponto positivo é a temperatura elevada durante todo o ano, o que favorece o crescimento rápido dos peixes, bem como a localização geográfica central (no país e continente) com proximidade dos consumidores.
Levantamento do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) aponta a existência de 4.198 piscicultores ativos , atuando em 139 dos 141 municípios do Estado.
Apesar de todos esses pontos positivos, ao longo dos últimos anos, a produção de peixes em Mato Grosso vem caindo consideravelmente – em 2013 o Estado ocupava a primeira posição como maior produtor de peixes do Brasil, com 75 toneladas, em 2019 passou a ocupar a quinta colocação no ranking nacional com 33 mil tonadas. As informações estão no Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Piscicultura em Mato Grosso 2021, elaborado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
O documento aponta que para promover o desenvolvimento da piscicultura no Estado são necessários agregação de valor, aumento da escala de produção, mais qualidade e eficiência de logística, além da necessidade de desburocratizar o sistema de licenciamento ambiental e o combate ao produto clandestino.
Para o produtor Francisco Neto da Silva, que atua no setor há 11 anos, a legislação estadual é um entrave para o desenvolvimento da atividade. “Fomos os primeiros no ranking nacional, depois passamos para terceiro, quarto e agora estamos em quinto, com tendência de queda. Precisamos de mais apoio do governo do Estado”.
Ele atua na comunidade Rio dos Peixes, em Cuiabá. Nos 2,8 hectares de lâmina d’água cria as espécies tambatinga, pirapitanga, pintado, jatuarana e piavuçu e a produção média anual é de 40 toneladas. Os peixes são comercializados para restaurantes -a maior parte – na feira de Chapada dos Guimarães e em pequenos mercados.
O piscicultor está montando uma agroindústria para fazer cortes dos peixes para agregar mais valor ao produto. A Rei Fish terá capacidade para processar 5 toneladas/dia e deve começar a operar tão logo toda a parte legal esteja concluída.
Francisco é um dos integrantes da Aquamat (Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso) e atua também como consultor dando orientações técnicas para os pequenos produtores visando melhorar a qualidade e a produtividade. Ele destaca a parceira com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT) ao longo dos últimos anos.
A gestora da área, Valéria Louise da Silva Pires, explica que o Sebrae MT atua para fortalecer a cadeia produtiva da piscicultura, desde o setor produtivo ao empresarial com melhoria dos processos e produtos e, comercialmente opera para que possamos promover do consumo de pescado e consequentemente, o aumento da demanda pelos produtos da piscicultura.
Semana do Pescado
Sobre a Semana do Pescado, campanha nacional idealizada pelo do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura, que ocorre de 01 a 15 de setembro de 2021, com o intuito de promover e aumentar o consumo, ela diz que o Sebrae MT é apoiador pois, faz parte de uma das estratégias da Atividade de Desenvolvimento Setorial dos Territórios – Agronegócios. “Sebrae Nacional se posicionou como parceiro, frente a estratégia de apoiar os setores prioritários, e cada Unidade da Federação (UF) tem apoiado com logística, mídia, estrutura e/ou organização, para que o evento seja muito bem sucedido”.
Na programação da 18ª edição da campanha, um dos destaques será o II Festival Nacional do Tambaqui da Amazônia, que ocorre no dia 19 de setembro, no Centro de Eventos do Pantanal. Serão 500 bandas de tambaqui assadas a serem comercializadas pela Aquamat e parte do valor das vendas será revertido para instituições de caridade. O evento acontece simultaneamente em 26 capitais e no Distrito Federal, além de 30 municípios de Rondônia.
A Semana do Pescado reúne uma rede de parceiros composta por Aquamat (Associação dos Aquicultores do Estado de Mato Grosso), Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Asmat (Associação de Supermercados de Mato Grosso), Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios, de Mercados, Armazéns, Mercearias, Empórios, Mercadinhos, Quitandas, Frutarias, Sacolões…) e Sebrae.
Com informações ASN