Com o fechamento das fronteiras russas em dezembro de 2017, o setor de suínos foi o mais prejudicado, contudo ele será o mais beneficiado com as novas habilitações de plantas brasileiras de proteínas animais. Vai ser uma disputa acirrada entre BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3) naquele mercado. Ambos tiveram quatro unidades cada autorizadas pela Rosselkhoznadzor (agência sanitária).
A JBS levou mais duas de carne bovina – no pacote total de 12 plantas brasileiras liberadas -, o que a beneficia no poder comercial de vendas agregadas e de logística para carregar mais mercadorias.
Mas a BRF tem um histórico de presença global em suínos muito mais consolidado e de forte participação no mercado da Rússia até o embargo. Além de possuir boa logística de distribuição global.
Até a proibição, por suspeitas do hormônio ractopamina nas carnes – sempre negadas pelo Brasil -, o varejo russo era o principal destino dessa proteína brasileira.
Cerca de 33%, 245 mil toneladas, do total embarcado em 2016. Nos 11 meses de 2017, já havia aumentado 6%, para 257,4 mil/t.
A China ocupou o espaço posteriormente, após a debacle do seu plantel de suínos pela peste suína africana e, desde então, representou a salvação e, depois, o sucesso do mercado exportador brasileiro.
O embargo já havia sido levantado anteriormente, mas as restrições ainda permaneciam, muito mais porque a Rússia ganhou tempo para melhorar a sua capacidade produtiva – até que se tornou um exportador importante à Ásia nos últimos dois anos.
As exportações brasileiras em 2020 representaram apenas 100 toneladas. Nos 10 primeiros meses deste ano, subiram para 3,8 mil/t.
Junto com as novas habilitações, as autoridades locais aumentaram a cota de importações para 200 mil toneladas anuais, porém não exclusivas ao Brasil. Se o País conseguisse ocupá-la integralmente, a ABPA calcula em US$ 200 milhões adicionais na fatura do comércio exterior. Daí que a briga local e internacional vai ser mais acirrada naquele destino.
Com informações Money Time