As vendas de veículos novos em Mato Grosso caíram 29,64% em janeiro em relação a dezembro de 2020. Segundo balanço da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos (Fenabrave), foram emplacados 6.565 veículos em janeiro, 2.765 unidades a menos que no mês anterior. Com relação a janeiro de 2020, a queda reduz para -15,48%. No primeiro mês do ano passado foram comercializadas 7.767 unidades.
Esse cenário é formado por conta da falta de componentes eletrônicos que afeta a indústria com os efeitos da pandemia aliado a uma queda comum vista na transição de janeiro para dezembro. Para Paulo Boscolo, diretor-presidente da Fenabrave Regional Mato Grosso (Fenabrave-MT), a queda observada em janeiro com relação a dezembro é gigante no período de pandemia e lembra que no período sempre há uma queda devido às pessoas estarem viajando em férias, por exemplo.
“Mas o que realmente limita o avanço nos emplacamentos é a falta de suprimentos na indústria”, destaca Boscolo.
Ele recorda que o Programa de Controle de Emissões Veiculares (Proconve) entrou em nova fase em 1° de janeiro de 2022 e que uma portaria publicada pelo Ibama no fim de 2021 prorroga a validade das Licenças para Uso da Configuração de Veículo ou Motor (LCVM) emitidas para modelos que não atendam aos novos limites de emissão de poluentes, mas que não foram montados devido à indisponibilidade de componentes. Segundo o órgão, veículos nacionais da fase L6, cuja fabricação foi iniciada antes de 31 de dezembro de 2021, poderão ter montagem concluída até 31 de março de 2022 e comercializados até 30 de junho.
Carlos Bagestan, diretor da Fenabrave Regional Mato Grosso e que representa o segmento de automóveis e comerciais leves no Norte de Mato Grosso, reforça que a retração das vendas é um reflexo das dificuldades enfrentadas pela indústria. “A previsão é que esses problemas continuem a impactar as atividades fortemente no primeiro semestre e 2022 continua sendo um ano de grandes desafios no setor automotivo”, complementa.
Na análise de Boscolo, mesmo com a economia sendo afetada pela inflação e o setor mais ainda pela falta de componentes na indústria, as vendas não refletem a realidade.
“O que se vê são concessionárias com lista de espera, pedindo prazo ao consumidor. Tem demanda retraída e a expectativa é de que a partir de março as vendas melhorem”, pontua o representante da Fenabrave-MT.