A invasão total da Ucrânia pela Rússia na última quinta-feira, 24, é a mais grave crise militar europeia desde a Segunda Guerra e terá consequências na economia mundial. No Brasil, o principal impacto que a crise pode ter é em relação ao preço dos combustíveis.
O preço do petróleo disparou e extrapolou o limite de US$ 100 pela primeira vez em mais de sete anos. Com a política de Paridade de Preços Internacionais (PPI) adotada pela Petrobras, novos aumentos nos preços devem chegar nas bombas.
“Como efeito colateral da guerra, o contrato futuro do petróleo Brent em Nova York subiu a 8,08%, cotado a US$104,68, o que deve pressionar a Petrobras e o sistema político, uma combinação que traz risco à atual política dolarizada”, afirma o analista político do TC, Leopoldo Vieira.
Segundo ele, a alta do petróleo também pode influenciar no preço dos transportes e alimentos. “Não se descartam efeitos sobre o agro brasileiro, o que depende da abrangência de eventuais sanções secundárias impostas pelos EUA e a UE”, afirma.
Posicionamento geopolítico
Vieira destaca que o posicionamento do Brasil pode fazer o País se isolar dos Estados Unidos (EUA) e da União Europeia (UE) geopoliticamente. Por outro lado, empresas russas são importantes fornecedoras de fertilizantes no Brasil, como a Vittia, e podem sofrer sanções. Além de a Uralkali e a Uralchem terem investido fortemente no Brasil nos últimos dois anos. Assim como a EuroChem que comprou a Fertilizantes Heringer, com capital aberto na Bolsa.
Para a economista-chefe do TC, Fernanda Mansano, a guerra fará a economia mundial sofrer por diferentes frentes. Ela alerta para a instabilidade e incerteza no cenário econômico, e ressalta três áreas com maiores impactos: inflação e crescimento mundial; política monetária e ativos emergentes; e commodities.
“Veremos maior inflação, menor crescimento econômico, fuga de capital dos países emergentes, dólar forte e queda generalizada nos ativos de riscos. A alta nas commodities vai corroborar com a piora na inflação global e a deterioração das disrupções nas cadeias de suprimentos“.
Com informações Mercado&Consumo