A migração das fontes de energia tradicionais para as alternativas renováveis, mais que uma tendência mundial, é uma necessidade. Em todo o mundo, com destaque para países europeus, vem se abandonando a geração a partir de combustíveis fósseis, principalmente carvão e petróleo e as substituindo por fontes como a eólica, solar, biomassa e biogás.
A preocupação com o uso de recursos finitos e seus impactos é justificada pela alta dependência do nosso planeta em relação a eles. Para se ter ideia, até 2019, a matriz energética mundial era composta por apenas 14% de fontes renováveis, sendo o restante composto, principalmente, por carvão, petróleo e derivados. Enquanto isso, no Brasil, nossas renováveis somavam 42,9% da matriz, o que mostra nossa vocação natural para o uso dessas fontes. Mesmo assim, nossa dependência do petróleo e derivados ainda é grande – 36,4% da nossa matriz, maior até que a média global.
Se por um lado, sabe-se da necessidade de aumentar a participação das novas fontes na matriz energética, por outro, sabe-se do grande desafio que é essa mudança, que enfrenta barreiras econômicas e, até, culturais. Sendo assim, a quase unânime consciência de que os impactos associados ao uso de fontes fósseis não serão sustentáveis no longo prazo, é o que vem motivando a “limpeza” da matriz.
Soma-se a isso o avanço tecnológico que ocorreu na última década, propiciando ganhos de eficiência e redução de custos de produção. Turbinas eólicas, painéis solares e carros elétricos, por exemplo, tornaram-se mais viáveis do ponto de vista econômico e, por consequência disso, seus mercados tiveram expressivo crescimento mesmo frente a crise econômica mundial.
Dado todo esse contexto, o Brasil deve, nos próximos anos, se quiser permanecer na vanguarda de geração de energia renovável, incentivar o desenvolvimento dessas fontes e qualquer iniciativa que vá na contramão disso deve ser rechaçada.