A BRF registrou prejuízo líquido de operações continuadas de R$ 956 milhões no quarto trimestre de 2022. O resultado é significativamente menor do que o lucro de operações continuadas de R$ 964 milhões verificado em igual período de 2021, informou a companhia nesta terça-feira, 28. A receita líquida proveniente das vendas no período somou R$ 14,769 bilhões, aumento de 7,6% sobre os R$ 13,724 bilhões do quarto trimestre de 2021.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da BRF no último trimestre do ano alcançou R$ 1,032 bilhão, queda de 38,8% sobre o R$ 1,687 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustada da BRF foi de 7%, ante 12,3% em igual trimestre de 2021.
A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 3,75 vezes, contra 3,12 vezes no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida caiu 15,9%, de R$ 17,332 bilhões no quarto trimestre de 2021 para R$ 14,598 bilhões no último trimestre de 2022.
A BRF comercializou 1,259 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um avanço de 1,9% em comparação com as 1,235 milhão de toneladas de um ano antes.
No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 7,763 bilhões, aumento de 7,7% em comparação com igual intervalo do ano passado. Além disso, o preço-médio dos produtos aumentou 8,5%, para R$ 12,65 o quilo.
No acumulado do ano, a BRF teve expansão de 8,8% da receita líquida do segmento em comparação com o ano anterior e retração de 7,6 p.p. da margem Ebitda ajustada em razão da forte pressão de custos de matérias-primas, insumos, serviços e mão de obra, somada à capacidade limitada de repasse de preços no mercado interno.
Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 6,239 bilhões, alta de 7,3% na comparação anual. A companhia registrou contração dos volumes e preços de exportação da carne suína para Japão e Coreia do Sul, em função do alto nível dos estoques locais e da estabilização do abastecimento de frango na região.
O CEO da empresa, Miguel Gularte, diz que os avanços realizados em 2022 permitem que a BRF “esteja pronta” para capturar as melhores oportunidades diante de um cenário macroeconômico mais estável a partir dos próximos trimestres.
Em 2022, a BRF teve receita líquida de R$ 53,805 bilhões, alta de 11,3% ante 2021. No segmento Brasil, a empresa viu avanço de 8,8% da receita líquida ao longo de 2022 e retração de 7,6 p.p. da margem Ebitda. Já em relação ao internacional, a BRF teve crescimento de 6,5% na receita líquida. A alta foi impulsionada por maiores exportações à China e apreciação de 4,6% do real brasileiro, segundo a companhia. No ano, o prejuízo das operações continuadas foi de R$ 3,142 bilhões ante lucro de R$ 437 milhões de 2021. O Ebitda ajustado somou R$ 3,896 bilhões, redução de 39,9% sobre o ano anterior.
Com informações Estadão Conteúdo