O Centro Regional de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (CRPTT) da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) vai avaliar a novas cultivares de bananeira tipo terra resistentes a doença Sigatoka Negra. O pesquisador da Empaer, Humberto Carvalho Marcílio, explica que serão plantados 12 genótipos de banana selecionados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os resultados serão divulgados após o primeiro ciclo de produção em torno de 12 meses.
A Sigatoka Negra (Mycospharella fijiensis) é atualmente a mais importante doença e pode acarretar perdas de até 70% na produção, segundo Marcilio. Considerada a doença mais destrutiva da cultura da bananeira, a Sigatoka Negra ataca as folhas afetando o crescimento, produtividade das plantas e diminuindo a qualidade dos frutos. “A adoção de variedades resistentes é uma importante alternativa para a fruticultura”, esclarece.
A pesquisa tem como objetivo identificar pelo menos um genótipo resistente a Sigatoka Negra com características agronômicas favoráveis para o cultivo e aceitação do mercado consumidor. Para Humberto, esse é um trabalho em parceria com a Embrapa que inseriu o Estado, em 2016, na Rede Nacional de Avaliação de Cultivares de Plátano (banana da terra).
Foram distribuídas este ano, para implantação de dez Unidades de Demonstração (UD) aos agricultores familiares, 800 mudas com quatro cultivares de banana tipo terra com características agronômicas superiores às cultivares tradicionais. Esses genótipos foram avaliados e selecionados pela empresa por apresentarem maiores produtividades e com qualidade dos frutos semelhantes a cultivar tradicional (Farta velhaco).
O cultivo e a produção de banana da Terra é caracterizado quase que exclusivamente pela cultivar Farta velhaco que apresenta frutos grandes com alto teor de amido e são suscetíveis à Sigatoka Negra. A busca de novas cultivares mais produtivas e resistente a doenças são estratégias de grande importância para sustentabilidade da cultura.
Para Marcílio, a bananicultura é explorada principalmente por pequenos produtores, que utilizam a mão-de-obra familiar. Estima-se que a cultura empregue cerca de seis pessoas por hectare ao ano. Mato Grosso apresenta condições climáticas satisfatórias para o desenvolvimento de uma cultura competitiva.
“Estamos buscando um sistema de cultivo mais equilibrado e capaz de atender a demanda interna dos próprios municípios, reduzindo a evasão de divisas e gerando alternativas de renda com menor impacto ao meio ambiente”, destaca Humberto.
Com informações do Cenário MT