*Por Merivaldo Britto
O Brasil é conhecido e invejado mundialmente por sua potência hídrica. Importantes rios cortam seu território de norte a sul e de leste a oeste, e a abundância das águas levou o governo por longos anos a investir em projetos de hidroelétricas para produção de energia. Com o passar do tempo a realidade mudou e hoje, com 60% da matriz energética proveniente da água, o país se torna refém do clima. A cada escassez de chuva – que tem ocorrido com frequência nos últimos anos – o governo se vê obrigado a acionar as usinas termoelétricas, movidas a óleo diesel ou gás natural, para geração elétrica.
O resultado disso é um custo maior para produção de energia, que provoca um efeito cascata sobre toda a cadeia consumidora. Com a geração elétrica mais cara, as distribuidoras pagam mais pela energia comprada para fornecer aos consumidores e acabam por repassar esse aumento aos clientes.
Na tentativa de “educar” os brasileiros quanto ao uso de energia, desde agosto de 2015, o governo federal adotou o sistema de bandeira tarifária, que dependendo da situação dos reservatórios das hidrelétricas e da necessidade de acionar ou não as térmicas, faz uma cobrança extra na conta de energia. As bandeiras são classificadas por cor: verde, amarela e vermelha, sendo que somente na cor verde – quando a situação dos reservatórios é confortável – não há taxa adicional na fatura.
E esta conta está ficando cada vez mais salgada para os brasileiros. Desde dezembro do ano passado, a conta de luz tem cobrança extra, inclusive no patamar 2, quando o valor cobrado é ainda maior. E a dependência de uma matriz energética tem esbarrado em outras questão, a ambiental. A legislação ficou mais rígida e organismos ambientais independentes acompanham de perto cada projeto leiloado pelo governo, para evitar os impactos na natureza.
A crise hídrica e, consequentemente energética brasileira, tem aberto os olhos de investidores e até de consumidores menores – como os residenciais – para uma nova alternativa: a geração própria de energia, através do sistema fotovoltaico. A energia solar já é realidade no país e tem tudo para ser a segunda principal fonte de energia brasileira num futuro próximo. Com regiões, como a Centro-Oeste e a Nordeste, onde faz sol praticamente o ano todo, o país tem um grande potencial para geração de energia solar e depender menos das chuvas para encher os reservatórios.
Para se ter uma ideia, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam aumento vertiginoso nas conexões de geração solar no país. Em 2012 eram apenas 6 conexões, número que saltou para 264.857 este ano (até agora). Na comparação com a quantidade registrada em 2020, quando foram 213.411 ligações, o aumento é de 24%. A potência instalada ultrapassa 7 gigawatts no país, beneficiando mais de 800 mil consumidores.
Legislações estão sendo aprimoradas, o custo dos materiais e da mão de obra para instalação dos sistemas está reduzindo e logo a geração energética por fonte solar estará ainda mais acessível. É um caminho do qual é impossível desviar, uma vez que além de ser um sistema durável, que pode ser instalado em residências, no comércio, na indústria e nas propriedades rurais, trata-se de uma fonte renovável, sustentável, não poluente. Tudo que o mundo precisa e almeja.
Quem deseja instalar o sistema em sua casa ou negócio, mas ainda tem dúvidas poderá participar da primeira edição do “Cuiabá Solar Expo – Feira de Energia Solar Fotovoltaica de Cuiabá”. O evento será realizado entre os dias 23 e 25 de novembro, no Centro de Eventos da Acrimat, das 16h às 22h. No evento, os visitantes poderão ver de perto que é possível investir no sistema e em pouco tempo eliminar do orçamento uma despesa mensal que a cada mês pesa mais no bolso. Dezenas de empresas vão expor seus serviços e os visitantes poderão sair com o orçamento na mão ou até mesmo uma linha de crédito contratada para investir nessa fonte de energia que é uma das soluções para a crise energética do país.
*Merivaldo Britto é consultor e diretor técnico Cuiabá Solar Expo