Para os criadores de suínos em Mato Grosso, o terceiro trimestre de 2020 apresentou bons resultados. O abate desses animais aumentou em 7%, enquanto o de bovino teve um recuo de 10,8%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) na última quinta-feira (12).
Os dados refletem o bom momento em que a suinocultura vive em Mato Grosso, com aumento das exportações e da lucratividade para os produtores. No mês de setembro, o volume de exportações de suínos registrou aumento de 173% quando comparado ao mesmo período de 2019, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Os preços estiveram favoráveis e trouxeram um incremento em torno de 10,47% ao produtor ante o mês de agosto. Segundo o Imea, a valorização do suíno no mercado foi influenciada por problemas sanitários ocorridos em outros países e crescimento do consumo interno.
“Esse cenário esteve atrelado à demanda interna mais aquecida do que a oferta, ainda com reportes de animais leves para abate dentro das granjas. No âmbito internacional, a Polônia registrou um novo surto de Peste Suína Africana (PSA), enquanto na Alemanha cerca de 50 animais foram contaminados – o suficiente para a China restringir as importações alemãs (considerado o principal fornecedor de carne suína para o mercado chinês) e dar oportunidades para outros exportadores, como o Brasil”, explica a publicação do Imea.
A expectativa é que esse bom momento para a suinocultura continue, com registro de alta persistente pelos próximos dois anos.
“A suinocultura teve altos e baixos devido ao mercado internacional, mas seguimos bem e o produtor está satisfeito com os resultados”, avalia Custódio Rodrigues, diretor executivo da Associação de Criadores de Suínos do Estado de Mato Grosso (Acrismat).
No segundo semestre deste ano já houve um aumento de 50% no preço do quilo do suíno pago ao produtor, quando comparado ao 1º quadrimestre de 2020, de acordo com o Imea. Dessa forma, enquanto em outubro o valor atingiu R$ 6,73, em abril a proteína custava R$ 4,50 de abril.
Já a região do Médio Norte do Estado concentra o maior volume de abates neste ano. Foram mais de 2,2 milhões de abates, o que representa 83% do volume estadual. Dentre os municípios mais promissores da região está o de Nova Mutum.
As exportações de carne suína de Mato Grosso, até outubro deste ano, já acumulam 28,9 mil toneladas. A quantidade já superou o volume de todo ano de 2019, fixado em 14,9 mil toneladas. Conforme estima o Imea, o estoque de empregos diretos envolvidos com a suinocultura em agosto de 2020 é de 9,84 mil postos de trabalhos.
SALDO DA PECUÁRIA – Segundo o IBGE, os primeiros resultados da produção animal no 3º trimestre de 2020 apontam que o abate de bovinos recuou 10,8%, o de suínos aumentou 7,0% e o de frangos teve alta de 1,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2019.
Na comparação com o 2º trimestre de 2020, o abate de bovinos e de suínos subiu 3,8%, enquanto o de frangos cresceu 6,2%. A aquisição de leite foi de 6,36 bilhões de litros, aumento de 1,2% na comparação anual e incremento de 10,5% em relação ao trimestre anterior.
Com informações do Estadão Mato Grosso