Falta de matéria-prima gerou crescimento negativo da indústria em 2020

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O desempenho do setor industrial no estado esteve em linha com o nacional, cuja queda chegou a 5,5% no acumulado de 2020. (Imagem: Freepik)

O ano passado foi atípico para a indústria em Mato Grosso. De acordo com o resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira, o setor acumulou queda de 5,8% na produção industrial até novembro. Entre os mais prejudicados, está o setor de fabricação de produtos de madeira, com perda de 24,7%, enquanto o segmento de produtos alimentícios decaiu 2,4%. Fabricação de produtos químicos foi o único com saldo positivo, com alta de 2,4%.

Para o superintendente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Mauro Santos, o desempenho do setor industrial no estado esteve em linha com o nacional, cuja queda chegou a 5,5% no acumulado de 2020. O país apresentou crescimento de 1,2% na comparação de novembro com outubro, puxado pelos segmentos de automóveis, máquinas e equipamentos e eletrodomésticos, enquanto no estado a produção decaiu 4,3%.

“Um dos principais motivos foi a falta de matérias-primas, que afetou diversos setores, como aço, vidro, fibra, plástico, entre outros insumos que fizeram com que a indústria de produtos de madeira, alimentos, bebidas, materiais não-metálicos e construção tivessem algum impacto negativo na sua capacidade produtiva. Mas, ao longo do ano, o resultado da produção de Mato Grosso é muito parecido com o comportamento nacional”, destaca o superintendente da Fiemt.

O setor frigorífico, um dos mais representativos dentro da agroindústria estadual, perdeu 8,06% de produção no mesmo período, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Foram abatidas 4,8 milhões de cabeças até novembro. Paulo Bellicanta, presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos (Sindifrigo/ MT), explica que a tendência é de continuidade na queda para o ano de 2021.

“A oferta foi reduzida, sem dúvida, pela falta de matéria-prima. A demanda continua, tanto que os preços da carne subiram. A situação só deve se normalizar a partir do segundo semestre de 2022, quando finaliza o ciclo da pecuária, que leva de dois a três anos de duração. Uma soma de fatores levou a essa situação, como o preço da arroba muito baixo ao longo de alguns anos, como em 2018 e 2019, em paralelo à elevação de preços dos grãos”.

Com informações A Gazeta

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