Apenas nos sete primeiros meses de 2020 a produção de etanol de milho cresceu 93%. A inauguração de novas usinas, principalmente em Mato Grosso, contribuiu para o aumento da capacidade. A expansão do setor no estado o coloca como o maior produtor do biocombustível no Brasil.
O ano de 2020 terminará com mais uma indústria de etanol de milho em operação em Mato Grosso. Uma usina da ALD Bio investiu um total de R$ 160 milhões na unidade localizada em Nova Marilândia e entrará totalmente em operação em dezembro.
As instalações têm capacidade de produção de 112 milhões de litros de etanol por ano. Além do biocombustível, a planta também pode transformar 80 mil toneladas de grãos de milho secos por destilaria (DDG) destinado à nutrição animal.
A instalação da unidade industrial em Nova Marilândia surgiu de um clamor dentre os produtores locais.
“Ter uma agroindústria em pleno Médio-Norte mato-grossense era um sonho acalentado por um grupo de produtores, e agora se torna realidade”, recorda Marco Orozimbo Rosas, diretor executivo da companhia.
A iniciativa de construir uma usina de etanol na região partiu dos próprios produtores. A ideia foi construída junto à Cooperativa Agroindustrial Deciolândia (Cooad) e seus associados estão entre os principais fornecedores de insumo à fábrica. Foi esse projeto que deu origem à marca ALD Bio, que se trata de uma empresa Sociedade Anônima (SA).
“Temos oferta de matéria-prima e a localização próxima aos municípios produtores faz com que a usina seja precursora de novos investimentos. A produção própria dos acionistas é suficiente para abastecer a planta com milho. Mas a ALD Bio terá autonomia para buscar outros fornecedores no mercado”, observa Marco.
No primeiro ano de atividade a unidade estima a utilização de 262,5 mil toneladas de milho. O processo produtivo ainda inclui a geração própria de 42 mil megawatts (MW) de energia. Em uma segunda etapa do empreendimento, essas capacidades deverão ser duplicadas.
Ao final de 2020, o Brasil fechará o ano com 17 usinas de etanol de milho em operação e uma capacidade instalada de 3 bilhões de litros do biocombustível. Mantendo-se esse ritmo, a projeção da União Nacional do Etanol de Milho (Unem) é de que no ciclo 2020/2021 sejam produzidos 2,6 bilhões de litros.
“Mesmo com o impacto causado pela pandemia da covid-19, a produção de etanol de milho aumentou 93% de janeiro a julho de 2020, na comparação com o mesmo período em 2019. E a perspectiva é de que continue a crescer”, pontua Guilherme Nolasco, presidente executivo da Unem.
Com informações do Estadão MT