Mais de 50% dos pequenos negócios mato-grossenses não demitiram funcionários

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Terceira edição do ‘Monitoramento sobre o Impacto do Coronavírus nos Negócios e na Economia’ aponta ainda que 97,1% das empresas respondentes continuam operando. (Imagem: Freepik)

Terceiro Monitoramento sobre o Impacto do Coronavírus nos Negócios e na Economia, apontam que 56,7% dos empresários ouvidos mantiveram o quadro de pessoal e que 55,4% não implantaram a suspensão temporária de trabalho de até 60 dias, permitida pelo governo federal durante a pandemia.

O levantamento foi feito pelo Núcleo de Inteligência de Mercado, da Gerência de Inteligência Estratégica do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Mato Grosso (Sebrae MT). A pesquisa foi feita entre 10 e 20 de agosto de 2020.

Nesse período, muitas empresas já haviam retomado as atividades e 97,1% estavam funcionando normalmente. Apenas 2,9% encerraram as atividades definitivamente durante a pandemia devido à crise provocada por ela (45,45%), por dificuldades diversas (18,18%), adversidades agravadas pela crise (18,18%) e por outros motivos (18,18%). No entanto, quando questionados ser pretendem abrir novamente o antigo ou um novo negócios, 72,73% responderam positivamente e apenas 27,2% disseram que não.

O gerente de Inteligência Estratégica do Sebrae MT, André Schelini, analisa que o fato de 97,1% do universo das empresas permanecerem operando e com suas atividades ativas demonstra que as táticas e estratégias de sobrevivência de gestão estão sendo empreendidas, seja com auxílio de medidas governamentais ou mesmo com a ajuda de empresas de consultoria.

“O estado de Mato Grosso tangencia a crise porque é um desvio padrão. Se nós considerarmos os dados econômicos, vemos que mesmo com a crise, a atividade do Estado, principalmente no que se refere ao consumo das famílias, se manteve em alta, com saldo positivo do emprego. Além disso, as pessoas que tiveram acesso ao auxílio emergencial conseguiram pagar suas contas, fazer o consumo e a economia girar, seja no seu bairro, na cidade, enfim, fizeram com que os estabelecimentos se mantivessem ativos”, constata.

Impactos da crise e expectativas

Sobre os impactos da crise decorrente da pandemia do novo coronavírus, 72,01% dos empresários responderam que foram impactados negativamente; 14,13% indicaram que não sofreram qualquer impacto; e 13,86% que foram impactados positivamente. Mesmo com a grande maioria tendo sido impactada negativamente, em certa medida, ele teve menos força do que efetivamente poderia.

“Nós fechamos o segundo trimestre do PIB brasileiro e tivemos um tombo de 9.7%. Se não fosse Mato Grosso, seria muito pior. O apetite do mercado internacional pelo alimento, commodities, fez com que com que a atividade do agro permanecesse firme e exportando.”

Corroborando com a mesma visão de 50% dos empresários entrevistados na pesquisa que responderam estar confiantes na economia brasileira para os próximos seis meses e para outros 14,67% que se dizem muito confiantes, o especialista avalia: “a nossa saída da crise será mais rápida em relação a outros mercados”. Já para 17,66%, a economia deve permanecer na mesma situação e 12,50% se mostraram pessimistas e 5,16% muito pessimistas.

Com relação à expectativa do desempenho das próprias empresas nos próximos seis meses, a maioria (53,26%) também respondeu estar confiante; 20,92% estão muito confiantes; 13,32% acreditam que a economia deve permanecer na mesma; 7,61% estão pessimistas e 4,89% muito pessimistas.

Cenário mato-grossense

Mato Grosso tem 324 mil empresas de pequeno porte. Dessas, um universo de 233 mil pequenos negócios são dos segmentos mais vulneráveis à pandemia, aqueles que dependem de aglomeração e circulação de pessoas. Por exemplo, estabelecimentos do varejo tradicional, setor de construção civil, moda, alimentação, beleza, autopeças, mecânica, lojista, saúde, turismo, bares, hotéis, restaurantes, serviços educacionais.

São 134 mil MEIs, 87 micro empresas e 12 mil empresas de pequeno porte, sendo que desse universo 105 mil são do setor de comércio, 89.700 mil são do setor de serviço, 38.800 são da indústria e 51 do agronegócio, segundo dados da Receita Federal. Um universo extremamente representativo quando se  considera as atividades empresariais vulneráveis para os efeitos da pandemia.

Os pequenos negócios de MT geram 629.355 empregos, movimentando uma massa salarial superior a R$ 1.3 bilhão.

Em todo o Brasil, das 6,4 milhões de empresas existentes 99% são micro e pequenas empresas (MPE) e elas respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões de vagas).

Ao todo foram ouvidos 379 empresários do universo de 33.443 Pequenos negócios (MEI, ME, EPP e Produtores Rurais) atendidos pelo Sebrae/MT de janeiro de 2017 a dezembro de 2019. O método utilizado foi de web Research, com taxa de confiança de 95%, erro padrão de 5%.

Com informações da ASN MT

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