A Marfrig (MRFG3) está diante de uma oportunidade única de conseguir elevar a sua fatia de 33,2% e conseguir o controle da BRF (BRFS3) sem ter que pagar mais aos acionistas minoritários para isso, estimam analistas de mercado.
Isto acontece porque a BRF está realizando um enorme aumento de capital de 325 milhões de novas ações ordinárias, o que daria uma “brecha” para que a Marfrig elevasse sua participação a 52%.
O estatuto da BRF determina que, caso um acionista cruze a linha de 33,33% de participação, ele lance uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) pelo restante das ações com um prêmio de 40% sobre a média dos preços dos últimos 30 ou 120 dias, o que for mais alto.
Mas existe uma exceção para esta regra, que é a possibilidade de avançar sobre este limite no caso de um aumento de capital.
“Se a Marfrig estiver de fato disposta a fazer isso, acreditamos que há um risco de a oferta acontecer acima dos preços de mercado, que combinados com a oportunidade de resolver significativamente as restrições de estrutura de capital da BRF, são os motivos pelos quais acreditamos que os acionistas aprovarão o aumento de capital apesar da diluição”, apontam os analistas do BTG Pactual Thiago Duarte e Henrique Brustolin em um relatório enviado a clientes na segunda-feira (20).
Mas e se os acionistas restantes, cerca de 66,8%, também decidirem por aumentar o capital a qualquer preço? A Marfrig só conseguiria chegar a 43%. Contudo, o BTG avalia que este resultado é pouco provável.
“Esse também é outro motivo pelo qual acreditamos que outro investidor estratégico atuando agressivamente no follow-on parece improvável – se a Marfrig exercer seus direitos de prioridade, este novo investidor seria capaz de atingir uma participação de ‘apenas’ 19% mesmo se fosse capaz de obter todas as demais ações a serem oferecidas, que seriam ainda mais reduzidas caso outros minoritários também subscrevessem”, explicam.
Com informações MoneyTimes