Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), serão produzidos 2,8 bilhões de litros de etanol a partir do cereal, volume 19,5% superior aos 2,3 bilhões (l) do derivado do grão ofertado ao mercado na safra anterior. Com o processamento da cana é esperada oferta total de 1 bilhão (l) de etanol anidro e hidratado, quantidade menor (-10,8%) que na última temporada (1,1 bilhão/l).
Ainda de acordo com a Conab, no 2º Levantamento da Safra 2021/2022, os problemas climáticos limitam a produção de etanol pelos canaviais. Em todo o país, a colheita de cana no atual ciclo deve apresentar um recuo de 9,5%, em comparação com a última safra, resultado da queda de 4,3% na área cultivada e de 5,5% na produtividade dos canaviais. A produção no campo é limitada pela seca prolongada e pela ocorrência de geadas nos meses de junho e julho, que podem impactar também a temporada 2022/2023.
O documento elaborado pela Conab também mostra que permanece a tendência de alta nos preços dos combustíveis neste último trimestre de 2021, movimento que é acentuado no caso dos etanóis anidro e hidratado em razão das adversidades climáticas que limitaram a produção da matéria-prima no campo. A exportação do etanol brasileiro no acumulado dos 6 meses iniciais da safra 2021/2022 atingiu um volume de 971 milhões (l), o que representa um recuo de 33,6% na comparação com igual período da safra passada.
A redução da produção na safra atual limita a disponibilidade de etanol para exportação. As importações também seguem limitadas na safra atual, desfavorecidas pela taxa de câmbio elevada no Brasil e tributação integral do etanol proveniente dos Estados Unidos desde o final de 2020. No acumulado de abril a setembro deste ano, o Brasil importou cerca de 81,4 milhões (l) de etanol, o que corresponde a uma redução de 68,7% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
No acumulado dos primeiros 6 meses da safra 2021/2022 – abril a setembro -, o Brasil exportou cerca de 14,6 milhões de toneladas de açúcar, o que corresponde a uma redução de 12,3% na comparação com igual período do ciclo anterior. Apesar do aumento dos preços internacionais na safra atual e da taxa de câmbio elevada no Brasil, a queda da produção interna restringe a disponibilidade de açúcar para exportação. A restrição da oferta interna do açúcar segue dando suporte ao aumento dos preços no mercado físico, com tendência de valorização neste último trimestre de 2021 diante do cenário de queda da produção na safra atual. No mercado internacional, os preços do açúcar tendem a variações moderadas.
Com informações A Gazeta