A proposta da Prefeitura de Cuiabá de reconstruir o Mercado Municipal e transformar a área – localizada no centro da cidade – numa espécie de shopping center pode estar fadada ao fracasso. A Capital não suportaria mais um empreendimento do tipo e a culpa nem é da pandemia, que manteve o comércio fechado por um período do qual ainda não houve recuperação. A avaliação é do presidente da União dos Lojistas de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop), Geraldo José do Prado. Ele lembra que Cuiabá e Várzea Grande, juntas, já têm cinco shoppings centers, uma média alta para a população de aproximadamente 900 mil pessoas (estimativa do IBGE).
Além disso, os shoppings que já existem estão “encolhendo” devido à queda na arrecadação provocada pelo isolamento social. Ao menos 50 lojistas fecharam as portas em estabelecimentos desse tipo só no primeiro trimestre deste ano. De abril e dezembro do ano passado, foram 80.
Segundo Prado, o cenário para quem mantém uma loja em um empreendimento do tipo até havia melhorado com as vendas de Natal e se manteve em janeiro deste ano. A segunda onda da pandemia e os novos decretos que limitaram o funcionamento, no entanto, fizeram as receitas dos lojistas caírem novamente.
“Quem ainda estava com um fluxo de caixa baixo, está numa situação nada favorável nesse momento”, ele diz.
Bom para o interior
Outro fator que impacta o movimento dos shoppings, conforme o presidente, é o fato de as pessoas estarem viajando menos. Isso contribuiu para a redução do volume de clientes, muitos vinham do interior para a Capital do Estado.
Uma situação que causa um efeito exatamente inverso para o comércio dessas cidades. Sinop (500 km de Cuiabá), por exemplo, se prepara a inauguração de um shopping center ainda este ano.
“É uma cidade onde a gente viu uma estabilidade e uma sinergia maior entre o comércio e o poder público. Sinop praticamente não paralisou as atividades econômicas”, pontua Prado.
O novo Mercado Municipal
A proposta da Prefeitura de Cuiabá é que a iniciativa privada reconstrua o Mercado Municipal. E não é só isso. O investidor eventualmente interessado no projeto ainda teria que se comprometer a recuperar a área de entorno, criando espaços para estacionamento e dando aos usuários meios de locomoção que não impactassem negativamente a região das praças Alencastro e Ipiranga.
A Prefeitura também quer que o novo prédio tenha quatro andares, com espaço para comércio e espaços de convivência. E embora o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) diga que os estudos técnico, jurídico e financeiro estão prontos, não foi divulgada uma estimativa de quanto isso custará.
Com informações O Livre