Mais do que prevenir o suicídio, o Setembro Amarelo é uma excelente oportunidade para as indústrias e empresas falarem e agirem em prol da saúde mental de seus colaboradores. As atividades, eventos e o trabalho educacional devem se estender durante todo o restante do ano, impactando o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.
Isso é o que defende a psicóloga e supervisora de vida saudável da área de Promoção da Saúde do Sesi Mato Grosso, Thaisa Cimitan. De acordo com ela, a equipe desempenhará o seu trabalho da melhor forma possível, atuando com mais qualidade, engajamento e motivação. “Isso se reflete em benefícios para a empresa e se estende para a vida pessoal desses profissionais, impactando sua família e a sociedade em geral”.
Para realizar uma campanha realmente efetiva, devem ser pensadas diferentes ações durante todo o mês, como rodas de conversas, palestras, dinâmicas e atividades em grupo, entre outros. “Pequenas ações já fazem toda a diferença para promover a conscientização e tornar esses dias diferenciados e as ações devem levar em consideração as características da empresa”, aponta a psicóloga, lembrando que é preciso desmistificar as doenças mentais, manter um diálogo aberto, encorajando quem precisa buscar ajuda.
Dados apresentados pela campanha Setembro Amarelo demostram que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados no último ano tinham relação com transtornos mentais. Entre as doenças, a depressão ocupa o primeiro lugar. “O suicídio é um fenômeno complexo e uma atitude extrema de uma pessoa em sofrimento. É preciso entender essas relações para compreender essa ação”.
Doenças mentais, assim como aspectos sociológicos e sociais, são considerados fatores de risco. Na verdade, a relação com esses aspectos é mais presente do que se pensa.
Como identificar alguém que precisa de ajuda?
Para Thaisa, falar sobre o assunto é sempre a melhor opção. “A maioria das pessoas não costumam compartilhar esse tipo de sentimento, pois ainda enfrentam um grande tabu para lidar com o assunto. No entanto, existem alguns sinais de alerta que podem salvar a vida de uma pessoa”.
Falta de interesse por coisas que gostava anteriormente, comportamento retraído, com dificuldades de se relacionar com amigos e familiares, remoer pensamentos de forma obsessiva e sem conseguir parar, desesperança, solidão, impotência, falta de significado na vida, irritabilidade, pessimismo e apatia. Tudo isso pode ser sinais de que a pessoa precisa de ajuda.
“Fique atento a alterações extremas de humor, como excesso de raiva, vingança, ansiedade, irritabilidade, pessimismo, apatia, sentimentos intensos de culpa ou vergonha, falar sobre morte ou suicídio, querer concluir afazeres pessoais e profissionais, doar pertences, visitar vários entes queridos de uma só vez, escrever um testamento ou cartas de despedida”, enumera.
Como ajudar uma pessoa sob risco de suicídio?
A psicóloga adverte ainda que é importante identificar os sinais e não tratar as lamentações da pessoa como drama ou exageros. “O contato inicial é muito importante, mas deve ser feito de forma adequada”.
Confira as dicas:
- Falar de forma carinhosa e sem julgamentos, ouvir com atenção e se mostrar interessado com a conversa;
- Falar sobre o assunto, sem medos e tabus;
- Ter empatia, paciência e demonstrar preocupação, cuidado e afeto;
- Conversar com amigos e familiares da pessoa e se manter ao lado dela para ajuda e apoio;
- Procurar entender os sentimentos da pessoa sem diminuir a importância deles;
- Não esperar a pessoa dizer que quer se matar para buscar ajuda
- É preciso estar atento aos sinais de alerta e levar a situação a sério.
O Sesi possui várias ações de saúde mental para prevenção e tratamento aos trabalhadores da indústria. Para mais informações acesse o site https://www.sesimt.ind.br/ ou procure uma unidade do Sesi mais próxima.
Com informações Ascom Fiemt