Nos últimos cinco anos, Mato Grosso passou a ser o maior produtor de etanol de milho e terceiro do Brasil, incluindo o de cana. Este crescimento só foi possível por conta das inovações do setor com a implantação de usinas de etanol de milho e o desenvolvimento de novas tecnologias no etanol de cana-de-açúcar.
Para se ter uma ideia, os postos de trabalho aumentaram em 43%, gerando cerca de duas mil vagas, que impactam também na realidade de mão-de-obra da região onde as empresas são instaladas, uma vez que a média salarial chega a ser 45% maior do que da Agricultura e duas vezes maior do que em outros setores da Agroindústria, com salários que chegam a R$ 3.521,90.
Atualmente, o estado conta com 15 usinas e produz 4,13 bilhões de litros de etanol por ano, com uma perspectiva de crescimento de quase 500 milhões de litros para a safra 2022/2023. Com este resultado, o biocombustível passa ser um dos grandes responsáveis pela mudança de perfil econômico da cadeia produtiva, por conta do desenvolvimento trazido com a industrialização, agregando valor à matéria-prima.
“A industrialização do estado está permitindo uma qualificação da mão-de-obra. O setor tem unido forças e feito parcerias com Senai e Senar, por exemplo, para criar treinamentos e investir no desenvolvimento profissional local. Assim auxiliamos na elevação de renda da região onde as usinas estão presentes”, afirma o presidente Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Silvio Rangel.
Atualmente, Mato Grosso processa 15,4 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, que geram 1,07 bilhão de litros de etanol e 451 mil toneladas de açúcar. Já com a cadeia do milho, na safra 2021/2022, o estado transformou 7,2 milhões de toneladas do grão em 3,06 bilhões de etanol, 1,6 milhão de toneladas de DDG e 41,3 mil toneladas de óleo vegetal.
“Ao invés de exportar o milho em grão, estamos gerando etanol e DDG, que será utilizado na alimentação animal. Dessa forma, agregamos valor ao produto mato-grossense.”, complementa Rangel.
Com a industrialização promovida, principalmente por conta do etanol, houve um aumento de 24% na produção do combustível, comparando a safra 2020/2021 com a de 2021/2022. E a projeção para a próxima safra aponta uma elevação de mais 11%, o que representa um crescimento de 35% na produção em pouco mais de dois anos.