A FS Bioenergia, primeira usina de etanol do Brasil a utilizar milho em 100% da produção, foi inaugurada oficialmente no final de outubro em Sorriso-MT. Junto com a primeira unidade de Lucas do Rio Verde e previsão de expansão para outros municípios, é considerada a maior usina produtora de etanol de milho do país.
Com investimento de cerca de R$ 2 bilhões, a Unidade Sorriso gerou cerca de 4 mil empregos indiretos durante as fases de obras e hoje emprega 231 pessoas diretamente. A capacidade total de produção da usina de etanol de milho é de 880 milhões de litros de etanol por ano; 212 mil toneladas de farelo de milho; 28 mil toneladas de óleo de milho e 190 mil MWh por ano de geração de energia.
“Antes da implantação das usinas de etanol de milho aqui no estado, o milho não tinha preço e nem liquidez. Era necessário alto investimento do governo federal para equalizar os preços. Para o produtor rural, a verticalização da produção pelas agroindústrias é fundamental pra manutenção da atividade”, afirmou Normando Corral, presidente do Sistema Famato.
A FS está no mercado mato-grossense há pouco mais de quatro anos. Atualmente, segundo dados da companhia, as duas unidades (Lucas do Rio Verde e Sorriso) processam 3,3 milhões de toneladas de milho por ano e produzem pouco mais de 1,4 bilhão de litros de etanol ao ano, o que representa um pouco mais de 5% de toda a produção de etanol do Brasil.
“Produzimos também 1,3 milhão de toneladas de produtos de nutrição animal que servem às cadeias de proteína animal como suínos, aves, bovinos e psicultura e produzimos também bioeletricidade, que são milhares de megawatts de energia elétrica a partir da biomassa”, informou o CEO da empresa, Rafael Abud.
Cluster – Em 2017, o Imea publicou o estudo Cluster de Etanol de Milho para apresentar a viabilidade econômica dos investimentos de etanol de milho em Mato Grosso.
Os analistas percorreram mais de 3 mil quilômetros, visitaram 11 municípios, seis usinas de etanol (cana-de-açúcar, flex e full) e entrevistaram 70 pessoas. Identificaram as melhores regiões para a instalação de usinas no estado e a viabilidade social e ambiental dos empreendimentos.
“Uma usina de etanol contribui para a geração de empregos diretos, indiretos e induzidos. A cada emprego direto, por exemplo, o setor cria outros 14 indiretos e mais 10 induzidos. Além disso, esse modelo de negócio contribui na redução das emissões de CO2, mitigando em quase 70% a quantidade de Gases do Efeito Estufa (GEE), conforme o local onde a usina é instalada”, informou o superintendente, Cleiton Gauer.
O projeto da usina de etanol de milho foi concluído em três etapas: a inicial consistiu na construção de uma área com capacidade de produção de 265 milhões de litros de etanol por ano, com investimentos na ordem de R$ 700 milhões. A segunda, teve investimentos de R$ 300 milhões e dobrou a capacidade de produção da usina. Na última fase, o investimento chegou a RS 1 milhão.
Com informações CPG e Ascom Fomato